lundi 16 septembre 2013

Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
Le fabuleux destin d’Amélie Poulain
Filme: francês
Direção: Jean Pierre Jeunet
Ano: 2001


Le fabuleux destin d'Amélie Poulain é um filme francês de 2001, dirigido por Jean-Pierre Jeunet e com roteiro de Guillaume Laurant.  No quesito premiação, em 2002, ganhou Melhor Roteiro Original e Melhor Desenho de Produção no BAFTA, Prêmio da Audiência no Festival Internacional de Edimburgo, Prêmio do Público no festival de cinema de Toronto e Prêmio Adoro Cinema de Melhor Atriz Revelação (Audrey Tautou no papel-título), além das várias indicações: cinco ao Oscar, uma ao Globo de Ouro, sete ao BAFTA, treze ao César e uma ao Grande Prêmio Cinema Brasil. 


Pertence ao gênero comédia romântica, entretanto há traços de fantasia, uma característica de Jeunet é misturar o universo fantástico à realidade além da pitada de humor infantil.

     O filme começa com o narrador nos contando eventos mínimos, aleatórios e simultâneos à fecundação que originará a menina Amélie Poulain (Flora Guiet). Em seguida, conta como é sua infância sem contato com outras crianças, como são seus pais, como é sua relação com eles e as desventuras pelas quais a pequena Amélie passa. Seu único amigo é um peixinho que por não aguentar o clima estranho da família constantemente tenta se suicidar. Após uma dessas tentativas, a mãe da garota se estressa e joga ele no rio da cidade enquanto a menina assiste a cena sem poder fazer nada.

     E então, após traçar todo esse perfil, mostra-a crescida, já em 1997, saindo de casa para morar no bairro Montmartre (famoso pela animada vida noturna e por ter se tornado ponto de encontro de artistas e intelectuais) e trabalhar de garçonete no café "Les 2 Moulins" (que se transformou em atração para fãs do filme que vão lá tomar algo e ver o gnomo do filme que permanece lá).

     Todos os personagens nos são apresentados mostrando do que gostam ou em alguns casos do que desgostam, o que é importante para se traçar seus perfis já que a história valoriza os detalhes.


    Um evento indicado na história é a morte de Lady Di. Ao assistir a notícia do acidente, Amélie (Audrey Tautou) derruba um objeto que bate no ladrilho mostrando um esconderijo no apartamento antigo onde o morador anterior havia escondido um "tesouro" quando criança. A jovem então é motivada a entregar anonimamente a caixinha ao dono, fazendo de tudo para descobrir quem ele é. Um outro morador do prédio, Joseph (Dominique Pinon), o "Homem de Vidro", a ajuda dizendo que é Dominique Brotodeau (Maurice Bénichou) quem ela procura. A partir da reação do Sr. Brotodeau ao receber o seu tesouro de infância, Amélie ganha gosto em ajudar as pessoas a seu redor através de pequenos atos e estratagemas.

    Ajuda desde um cego na rua até suas colegas de trabalho, seus vizinhos e tenta ajudar seu pai que vive em luto a viajar através do gnomo que ele tanto adora. Começa a ter uma certa proximidade com Joseph e com ele a ajuda torna-se mútua. Mas a jovem não faz apenas boas ações como também ataca de justiceira fazendo "travessuras" com quem é mau na visão dela, uma das comicidades do filme.

    Em meio a todos esses fatos ela se apaixona à primeira vista por um rapaz e, por pura timidez e falta de trato nas relações interpessoais, começa a fazer um jogo de pistas para que ele a encontre. Ele, Nino Quincampoix (Mathieu Kassovitz), é tão 'estranho' quanto ela. Trabalha numa sex shop e no trem fantasma de um parque, coleciona fotografias instantâneas que as pessoas jogam fora, é fissurado por um determinado senhor que tem dessas fotos espalhadas por todas as máquinas da cidade e embarca na aventura que é tentar conhecer a moça que encontrou seu álbum perdido.

    No decorrer da trama amizades são consolidadas, benfeitorias são realizadas, peraltices são feitas e principalmente o ponto alto da história pode ser sentido: o prazer nas pequenas coisas e nas sensações que elas causam. Amélie é uma personagem sensível que procura esses pequenos prazeres cotidianos e isso é incrível.
  
    Quanto à fotografia do filme posso dizer que é encantadora e ouso dizer magnífica. Como se pode perceber as cenas são cotidianas entretanto há a fantasia característica do diretor mais uma vez nos detalhes: de iluminação, em cenas como a do coração de Amélie visível e disparando, da cópia da chave em seu bolso como se tivéssemos visão de raio-x, dos casais tendo orgasmos simultaneamente, na escolha de cores predominantemente contrastantes.O verde, o vermelho e o amarelo sempre presentes nas cenas, harmonizando e disputando a atenção dos espectadores. Curiosamente, essa escolha de cores foi inspirada no trabalho do artista plástico brasileiro Juarez Machado.

     A respeito da trilha sonora digo que muito me agrada e combina bem com o clima das cenas e da história. Sendo em sua maioria instrumental, remete bem aos ares franceses, ora animadas, ora tranquilas, ora soando quase como canções de ninar. Essa trilha foi composta por Yann Tiersen. Conheci as canções antes de ver o filme e foi uma das motivações para querer assisti-lo o quanto antes. 


Além de todos esses pontos que ressaltei aqui, o filme contém muitos outros e nos mostra como determinados fatos moldam o caráter e a visão do mundo de uma pessoa. Espero que tenham gostado e que se ainda não assistiram a esse filme se interessem por assisti-lo. Se quiserem acrescentar algo, por favor, sintam-se à vontade, a caixa de comentários estará sempre aberta.